Nos últimos anos, tem-se observado uma mudança significativa no perfil dos pacientes cardiológicos. Anteriormente, acreditava-se que as doenças cardiovasculares (DCV) afetavam principalmente pessoas mais velhas e com fatores de risco tradicionais, como tabagismo, hipertensão e obesidade.

No entanto, hoje em dia, vemos um aumento preocupante dessas condições entre pessoas mais jovens e aparentemente saudáveis. Além das características físicas, os problemas psicológicos também têm se mostrado cada vez mais presentes nesse novo perfil. Neste artigo, vamos explorar essas mudanças e entender melhor os desafios enfrentados pelos pacientes cardiológicos contemporâneos.

Características físicas

Uma das principais mudanças no perfil dos pacientes cardiológicos é a presença de doenças cardiovasculares em pessoas mais jovens e aparentemente saudáveis. Antes, as DCV eram frequentemente associadas ao envelhecimento e à acumulação de fatores de risco ao longo da vida. No entanto, atualmente, temos observado um aumento de casos em adultos jovens, inclusive na faixa dos 30 e 40 anos.

Isso está relacionado a um estilo de vida sedentário, alimentação inadequada, estresse crônico e outros fatores que afetam negativamente a saúde cardiovascular. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos a essa nova realidade e trabalhem na prevenção e no tratamento precoce dessas doenças em pessoas mais jovens.

Problemas psicológicos

O estresse crônico, a ansiedade e a depressão são alguns dos transtornos mentais mais comuns nesse grupo. A relação entre problemas psicológicos e doenças cardiovasculares é complexa e bidirecional. Por um lado, o estresse e os transtornos mentais podem aumentar o risco de desenvolver problemas cardíacos.

Por outro lado, receber um diagnóstico de doença cardiovascular pode desencadear sentimentos de medo, ansiedade e depressão nos pacientes. É essencial que os profissionais de saúde considerem esses aspectos psicológicos no tratamento dos pacientes cardiológicos, oferecendo suporte emocional e encaminhamento para serviços especializados, quando necessário.

Estilo de vida e mudanças necessárias

O novo perfil dos pacientes cardiológicos destaca a importância de adotar um estilo de vida saudável e realizar mudanças necessárias para prevenir ou controlar as doenças cardiovasculares. Além da prescrição de medicamentos, é essencial que os profissionais de saúde incentivem a prática regular de atividade física, a adoção de uma alimentação equilibrada e a redução do estresse.

Programas de reabilitação cardíaca também desempenham um papel fundamental nesse contexto, auxiliando os pacientes na retomada de suas atividades físicas e fornecendo suporte para lidar com os aspectos emocionais relacionados à doença.

Tratamento multidisciplinar

Além dos médicos cardiologistas, a atuação de psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e outros especialistas é fundamental para oferecer uma assistência abrangente e integrada. Essa abordagem holística considera não apenas os aspectos físicos, mas também os aspectos psicológicos e sociais que afetam a saúde cardiovascular. O trabalho em equipe é essencial para garantir o melhor cuidado possível aos pacientes.

É fundamental que os profissionais de saúde estejam preparados para lidar com essa nova realidade, adotando uma abordagem multidisciplinar e oferecendo suporte emocional adequado aos pacientes. A conscientização sobre a importância do estilo de vida saudável também desempenha um papel fundamental na prevenção e controle das doenças cardiovasculares.

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Fontes:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582018000100007